terça-feira, 24 de abril de 2012

Gabarito do roteiro de exercícios - 2° Cilco

ROTEIRO DE ATIVIDADES – 1° ANO - 2° CICLO – GABARITO
Profa. Luana Nascimento


Questão 5:
Resposta:
a)       Função emotiva

Comentário: Renato Russo acabava de se recuperar de uma tentativa de suicídio na qual havia cortado os pulsos sem um motivo aparente. Como o músico estava
depressivo, fez um “balanço” de toda a vida, expressando tudo o que ele sentia em relação ao mundo naquele momento. A partir dessa discussão, observe o verso “Quem me dera o menos uma vez”, notando que o emissor da mensagem é o foco do enunciado e, consequentemente, não só neste verso, mas em todo o texto, a função da linguagem predominante é a emotiva.

b)      Expressão da subjetividade do emissor e uso de verbos e pronomes em primeira pessoa, como nos versos “Eu quis o perigo e até sangrei sozinho/ Entenda/ Assim pude trazer você de volta pra mim”.

Questão 6:

Resposta:

“Quem me dera ao menos uma vez /Entender como um só Deus ao mesmo tempo é
três”, em que se pode notar a rima entre as palavras “vez” / “três”;

.“Nos deram espelhos e vimos um mundo doente”, em que se pode observar a presença de uma metáfora, construída a partir do uso da palavra “espelho” e da expressão “mundo doente”;

E o futuro não é mais como era antigamente.”, em que se pode assinalar a presença
de uma antítese, construída a partir do uso de termos com significado opostos “futuro”
X “antigamente”.

“Eu quis o perigo e até sangrei sozinho”, em que se pode verificar a exploração do
eu-lírico, a partir da apresentação dos pensamentos e angústias do autor.

Ressalta-se que esta questão pode apresentar vários outros versos como resposta, já que, em praticamente todos, é evidente a exposição de sentimentos e reflexões pessoais, daí a
exploração do eu-lírico.

Questão 7:

Resposta:

Ao ouvir a música, comparando-a com a letra, podemos perceber que várias palavras têm a sua pronúncia alterada, segundo a variante linguística do cantor, mas são escritas de acordo com o padrão da língua portuguesa, existindo, assim, certo distanciamento entre a língua escrita e a língua falada. A escrita, então, não é mera transcrição ou reprodução da fala, possuindo regras próprias para a sua realização.

São vários os fenômenos de variação de natureza fonético-fonológica observáveis na
canção “Índios”, do Legião Urbana.
Considerando a complexidade do assunto, uma possibilidade, para fins didáticos, é classificar as variações em três casos: supressão (ou queda), inserção (ou acréscimo) e alternância (ou troca).

Exemplos de supressão de segmentos:

..apagamento do R final nos infinitivos verbais, geralmente motivado pela juntura de
palavras, como em esquecer, explicar, acreditar e entender.

..monotongação em ouro – “oro” e em brincadeira – “brincadera”.

Exemplos de inserção de segmentos:

..ditongação nos vocábulos quem –que[j]m, alguém – algue[j]m, vez –ve [j]z e três –
tre[j]s etc.

Exemplos de alternância ou troca:

..abaixamento das vogais em entreguei – [i]ntreguei, mundo – mund[u], belos – bel[u]s, tudo – tud[u], etc.

Questão 8:

Resposta:

Segundo o Novo Acordo Ortográfico1 (Base XI – 3º), não são mais acentuados os ditongos representados por ei e oi da sílaba tônica das palavras paroxítonas. Dessa forma, o vocábulo “européia” perde seu acento. Você pode acrescentar que a supressão desse acento se relaciona à pronúncia mais fechada de ditongos abertos em alguns países que utilizam a língua portuguesa.

Outra alteração prevista pela reforma ortográfica diz respeito ao uso do hífen. O Novo
Acordo (Base XVI – 2º (a)) prevê que não se emprega mais o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesses casos, deve-se duplicar a consoante. Portanto, a grafia de “Contra-reforma” passa a ser “Contrarreforma”.

O uso de alguns acentos diferenciais também foi modificado pelo Novo Acordo (Base IX – 9º), que estabelece não serem mais acentuadas as homógrafas “para”, flexão de parar, e “para”, preposição. Dessa forma, o verbo “pára”, presente no quadro, perdeu seu acento diferencial.

OBS: Os acentos distintivos de pessoas gramaticais (como em tem / têm) e de tempos verbais (como no único exemplo pode / pôde) permaneceram.

O trema não é mais usado em palavras portuguesas ou aportuguesadas. O novo texto ortográfico restringe sua utilização apenas a palavras derivadas de nomes estrangeiros com trema (mülleriano, de Müller, por exemplo).

Questão 9:

Resposta: Letra d

As marcas pronominais e verbais de 1ª pessoa do plural projetam, portanto, destinatários
que pertencem ao mesmo grupo do emissor: moradores do Rio de Janeiro, que sofrem
com o problema das inundações. Nesse aspecto, a única alternativa correta é a (D).


Questão 10:

Resposta:

a)      Atentando para o questionamento da letra a, pelo fato de serem crônicas, pode-se notar que ambos os textos relatam fatos do cotidiano sob a perspectiva singular de seus escritores. No entanto, há certas diferenças em relação ao fato gerador, à temática que os motivou. Pode-se dizer que o leitor da crônica jornalística se interessa por textos que apresentem uma reflexão político-social acerca dos acontecimentos da cidade. Já o leitor da crônica literária se interessa por textos que apresentam uma reflexão do autor sobre questões ou acontecimentos de sua vida pessoal.
Na crônica jornalística, o autor apresenta problemas relacionados ao modo de vida urbano, acontecimentos do dia a dia nas grandes cidades que geram interesse público, como no caso do texto As enchentes. Já na crônica literária, a temática não é tão vinculada a assuntos relevantes ao bom funcionamento de uma cidade. Amor de mãe visa mais ao entretenimento do que à crítica e focaliza a vida particular do autor e não a sociedade a que ele pertence, como na primeira crônica.

b)      As Enchentes se aproxima do texto não literário, por apresentar informações de forma objetiva, ao passo que “Amor de mãe” está mais próxima ao texto literário por possuir uma construção ficcional e subjetiva. Pode-se notar, ainda, que a crônica jornalística, com a finalidade de realizar uma análise mais crítica da realidade, visando a persuadir seu “leitor cidadão”, apresenta uma linguagem mais formal, com vocabulário rico, e um texto de cunho argumentativo, com o propósito de sustentar o ponto de vista do autor. Por isso, em As Enchentes, observa-se forte presença de adjetivos e de estruturas com os verbos modais “dever” e “poder”, que demonstram o juízo de valor do autor acerca do fato em questão. Trata-se de uma crônica-comentário.


Comentário: A crônica literária, mesmo com uma linguagem também formal, principalmente por parte do narrador, possui certa tendência à coloquialidade, devido à presença de diálogos, e seus personagens, que são pessoas comuns, são apresentados sem aprofundamento psicológico. Essas características podem ser observadas em Amor de mãe, que é uma crônica-conto2. Pode-se observar também a exploração do sentido conotativo das palavras, como nas expressões “ficar de bico” e “lá no andar de cima”, e presença de uma pontuação expressiva, já que se observa o uso exacerbado de exclamativas.