Mais radical dos movimentos vanguardistas, o Dadaísmo surgiu na Suíça, em 1916, no meio da Primeira Guerra Mundial. Os artistas desse movimento propunham uma desorganização proposital da arte e o deboche de seus conceitos mais basilares: a ideia era “destruir” a arte para, depois, construir algo novo, daí a exaltação anárquica da liberdade. Foram os dadaístas que abriram caminho para a exploração do inconsciente, o que, mais tarde, viria a constituir uma das bases do surrealismo.
Receita para fazer um poema DadaístaTristan Tzara
Pegue um jornal.
Pegue uma tesoura.
Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pensa dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Depois, recorte cuidadosamente todas as palavras que formam o artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Seguidamente, tire os recortes um por um.
Copie conscienciosamente pela ordem em que saem do saco.
O poema será parecido consigo.
E pronto: será um escritor infinitamente original e duma adorável sensibilidade, embora incompreendido pelo vulgo.
Na literatura, Dadaísmo caracteriza-se pela agressividade, pela improvisação, pela desordem, pela rejeição a todo tipo de racionalização e equilíbrio, pela livre associação de palavras (técnica da “escrita automática”, que seria mais tarde aproveitada pelo Surrealismo) e pela invenção de palavras com base na exploração apenas do seu significante.