Muito
já se falou sobre a liberação feminina. A emancipação da mulher já foi tema de
filmes, novelas, artigos de opinião e até de seriado de televisão. No dia 24 de
maio de 1979 estreava na TV brasileira o seriado Malu Mulher, exibido pela TV
Globo, cujos episódios retratavam
problemas que a mulher brasileira enfrentava na sociedade da época.
Imagine
o jovem leitor (que possivelmente desconheça as quase impenetráveis muralhas
que as mulheres enfrentavam há poucos anos atrás) que o sexo feminino foi
considerado inferior e incapaz e posto à margem da sociedade por um longo
tempo.
Exiladas
do mundo acadêmico e do mercado de trabalho, muitas mulheres não trilharam
carreiras de sucesso profissional porque eram proibidas pelos maridos de
estudar e trabalhar. Um pensamento retrógrado como esse nos dias hodiernos mais
parece piada, contudo essa era a triste realidade que milhares de mulheres
brasileiras enfrentavam. Quantas médicas, professoras, advogadas não perdemos
por conta dessa postura antiquada?
O
capítulo de estreia de Malu Mulher,
protagonizado por Regina Duarte, aborda o processo de separação de Malu e Pedro
Henrique. Depois de muitos desentendimentos, agressões físicas e verbais, Malu
decide se separar do marido. Ao longo do seriado, o telespectador acompanhou as
dificuldades da protagonista para sustentar a casa e cuidar da filha.
Desquitada,
Malu foi alvo de preconceito e críticas. Num dos episódios, Malu é convidada
para um casamento de família. Antes de chegar à festa, sua mãe lhe pede para não
dizer a ninguém que estava separada. Isso porque o desquite era uma vergonha
naqueles dias. No início dos anos 70, se uma mulher pedisse o divórcio, por
qualquer que fosse o motivo, era vista quase como prostituta. Tantos outros
casos polêmicos foram retratados no seriado, e a história de Malu decerto ia emocionando muita gente.
Várias mulheres brasileiras se viram na tela da TV.
Felizmente,
muitos dos problemas outrora enfrentados, hoje já foram solucionados. Ainda
assim, é preciso ter consciência que tais dificuldades não foram resolvidas num
passe de mágica. Muitos se empenharam em favor da liberação feminina. Nossas
conquistas custaram lágrimas, suor, sangue.
Salve
as pioneiras que lutaram em favor de todas as mulheres para que estas pudessem
alcançar os lugares mais altos de nossa sociedade. Médicas, dentistas,
pedagogas, professoras, arquitetas, juízas, senadoras, deputadas, presidenta.
Como se pode ver, territórios foram alcançados, domínios foram conquistados.
Que o 8 de março de 2014 seja para celebrar a nova fase que descortina em nossa
nação.
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